Toc, toc, toc,
bateu com força. Inusual, dessa vez abriram. Entra, tô aqui, tô pronto.
Estranho, pensou, porque ninguém tá quando quer. Tava lá, mesmo, inteiro. Sem
se deixar notar, arregalou os olhos; assustou. Balançou de leve a cabeça em tom
incrédulo. Como é que pode, de fato, se dizer o que se quer? E estar, sem meio
mais ou menos, quando se quer? Nem mesmo aceitou tanta inteireza. Pra se
proteger, né? Do quê? Do quê. Tempos
depois, naquela hora em que tudo já é tão memória que de repente ganha clareza,
enxergou. Por que não ficou, afinal? Teve medo, fugiu tal qual ladrão na calada
da noite. A gente vive é misturando o que se quer com o que se devia querer,
dizendo hoje o que era ontem, insistindo num amanhã que não devia. A gente vive
é com medo de estar quando quer.
segunda-feira, 21 de setembro de 2015
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Dizem que exagero E eu aqui, nego: Sinto muito. Quando gosto, expando Quando desgosto, debando Dizem que não falo eu,...
-
frio calor frio calor. coça coça, frita. água, xixi. coça. ônibus carro rua funk. carro com funk. sono sem sono sono. ele também não consegu...
-
Vou me afogar num copo d’água, por hoje. Espero que demore o dia todo senão vai sobrar muito tempo livre e eu detesto tempo livre. Parece qu...
-
Dizem que exagero E eu aqui, nego: Sinto muito. Quando gosto, expando Quando desgosto, debando Dizem que não falo eu,...
Nenhum comentário:
Postar um comentário