segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Mar

Quando pela primeira vez vi o mar, era senão um quase-ser. Tropeçava em meus próprios pés e soltava barulinhos únicos e irreproduzíveis pela boca. Não sabia meu nome, nem onde eu estava. Ainda assim, e de imediato, rodopiei quatro vezes no instante em que meus pés tocaram a água, dei três pulinhos e cai de bunda na areia. Tinha covinhas nas bochechas de tanto sorrir. Não passaram mais de 5 minutos até eu me salgar. Sem saber ser alegre de boca fechada, engoli água e solucei até a onda me pegar. Fui afundando na areia molhada como se recebesse um carinho refrescante, e não tive medo quando entalei. Fiz uma dançinha sentada pra me soltar e, num impulso, dei meu primeiro passo firme.
Depois desse dia, virei gente. O mar foi minha primeira descoberta.

2 comentários:

Blog do Marco Aurélio Nogueira disse...

descobrir-se no mar e ao mar, belo isso, não? Mar tem ondas, borbulha, faz um barulhinho ritmado, às vezes dá medo, outras vezes excita, refresca mas também pode salgar em excesso e assar, é bom prá ir sozinho e prá brincar acompanhado, prá jogar bola e fazer amor, ou quase... Até parece uma metáfora da vida.

nico disse...

coisa linda

Dizem que exagero E eu aqui, nego: Sinto muito. Quando gosto, expando Quando desgosto, debando Dizem que não falo eu,...