quinta-feira, 4 de agosto de 2005

"Pro dia nascer feliz"

escrito em 8/7, após uma tarde inteira no forte de Paraty, deitada em cima da pedra olhando para o mar lá embaixo...
A fim de ser feliz.
Encostar na pedra áspera e senti-la pontilhando as costas, os braços, a cabeça deitada. Os olhos a imaginar prazeres nas nuvens já não tão presentes. Poder apreciar o céu nublado se transformando em azul-mar, quando os primeiros raios de sol rasgam o branco-cinza-algodão doce. E os mesmos raios de sol a refletirem no mar e em meus olhos, que sensivelmente se fecham.
Agora, o escuro. Guardo na memória a natureza que vi e as imagens que tenho em mente se confundem com a lembrança recente. O inconsciente (ou consciente?) me aproxima de pessoas ausentes e minha realidade nada mais é do que invenção.
Mesmo assim ainda escuto barulho de grama pisada do meu lado, mergulho de criança no mar, cochicho dos apaixonados beijando-se.
Vai e vem das ondas, encontro com a beirada da pedra, choque. Vai. Vem. Vai e é gostosa a ansiedade de tentar adivinhar quando volta. É...agora! não... nunca consigo pressentir o momento exato da volta das ondas. Fico na expectativa, sem respirar, reparando minuciosamente no barulhinho da espuma do mar, esperando que se choque na pedra e recomece o ciclo. E de repente...choque! ah...faz-me rir o susto que levo ao escutar o encontro tão esperado, que vai e vem, e se repete eternamente. E eternamente é impossível adivinhar quando vem e quando vai. Faz-me rir...
A formiga a contornar-me o corpo deitado, o mosquito zumbindo ao lado, os pés descalços escorregando no chão molhado, o vento sussurrando assobios, o sol aquecendo aos poucos, o frio constante mas também ausente e o barulhinho do esperado
vai...e vem...
Vai...e vem....
No meio dos intermináveis barulhos de fazer sono gostoso, penso que o mundo é quase perfeito - “agora só falta você...”.
Tiro fotos bonitas para mostrar aos outros o que ainda há para se mostrar de belo, e depois para colar na parede do quarto a fim de me acalmar quando leio os desastres do dia nos jornais. Uma calma que reconforta – ainda existe beleza no mundo! – e inconforma – são poucos os que vêem essa beleza... – ao mesmo tempo.
Abro os olhos apenas porque não estou morta, porque por mim viveria ali deitada na pedra, os olhos fechados a escutar natureza e os pensamentos a inventar utopias.
Eu não sei o que faço aqui, mas parece que hoje o dia nasceu para me ver sorrir - quisera eu que nascesse para ver sorrisos nos rostos todos.

4 comentários:

Anônimo disse...

Ei moça...E ñ é q eu estava do seu lado enquanto vc escrevia esse texto tão bonito? Foi bom reviver aquela tarde tão tranquila...bjo!

Anônimo disse...

Ah! Posso falar que AMEI???
Eu me vi deitada na pedra vendo todas essas coisas... sentindo tudo isso! Sempre que eu to nessa situação fico pensando em algo que escreveria, mas nunca escrevo de verdade... Agora me deu vontade! Vontade de ir pra praia, deitar na pedra, olhar o céu, o mar, a areia e ficar escrevendo sobre isso... Amei! Mesmo!
Beijããooo!

Anônimo disse...

((ai sinto que preciso treinar melhor meu bom ingles... hahahaha))
E sinto que já li isso! hahahaha sim sim pessoas, uma prévia pra vocês no futuro best seller mundial: Fragmentos de Um Desabafo, por Joana Joana Ponto!
hahahahaha é, já tinho dito q o texto tá bem bonito! E sim, aquela tarde poderia ter sido perfeita se não fosse..... mhhhhhhhhhhh!!!!! se é q vc me entende hahahahahaha

Anônimo disse...

nossa, eu já tina lido há um tempão....! muuuuito bom!!!!

bjaum, prima!

Dizem que exagero E eu aqui, nego: Sinto muito. Quando gosto, expando Quando desgosto, debando Dizem que não falo eu,...